Momento é o de preservar o Sistema Cantareira

Consórcio PCJ recomenda construção de bacias de retenção e uso de piscinões para criar uma reserva estratégica e preservar Sistema Cantareira para sua recuperação plena

15/01/2016 00:00

Chove acima da média em todo o Estado de São Paulo nesse início do ano de 2016, cenário bem diferente do verificado no mesmo período do ano passado. Essa mudança toda tem nome espanhol: El Niño. O fenômeno, provocado pelo aquecimento das águas do oceano pacífico e altera o clima no mundo todo, deverá causar precipitações acima da média durante o primeiro trimestre desse ano. O volume de chuvas permitiu ao Sistema Cantareira retornar ao seu volume útil, hoje operando em 3,59%, mas muito aquém ainda do volume de segurança de 60% estimado para essa época do ano pelo Consórcio PCJ, uma associação civil composta por entes públicos e privados do interior de São Paulo e Sul de Minas Gerais. 


No entanto, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) pediu ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e à Agência Nacional de Águas (ANA) autorização para aumentar em mais 30% a retirada de água do Sistema Cantareira pelo túnel 5, que faz a transferência para a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Com isso, o volume sairia dos atuais 15 m³/s, autorizados em dezembro, para 19,5 m³/s no mês de janeiro.


No ofício enviado com a solicitação, a Sabesp afirma que o Cantareira está se recuperando e que o cenário para os próximos meses é de conforto para a RMSP. Porém, o cenário com chuvas volumosas deve permanecer até o final de março, quando possivelmente o El Niño tenderá a perder sua intensidade, segundo meteorologistas. Com início do período de estiagem, em abril, não há nada certo sobre o comportamento climático. Não está descartada a repetição de severa seca como ocorreu nos últimos dois anos.


Diante disso, o Consórcio PCJ acredita que é mais indicado a preservação dos volumes reservados no Sistema Cantareira, enquanto são realizadas ações para armazenar a água das fortes chuvas que estão acontecendo no início de 2016. A entidade acredita ser prematuro o aumento das vazões de retirada do sistema, haja vista as incertezas climatológicas para 2016.


Obras dos novos reservatórios não ficaram prontas
Some-se a isso que grandes obras de reservatórios não foram executadas nesse período, como a conclusão do Sistema São Lourenço para a capital – previsto para entrar em operação só em 2017 – e os reservatórios em Amparo, Pedreira e Salto, no interior, o Consórcio PCJ sugere como alternativa a construção de bacias de retenção em estradas vicinais e o aproveitamento da água represada nos piscinões da RMSP.


Piscinões alternativa para a capital e bacias de retenção para o interior
Segundo o Departamento de Água e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE), o volume total de água reservada pelos 28 piscinões da RMSP seria de 5 bilhões de litros se esses reservatórios estivessem desassoreados. Essa água toda seria capaz de abastecer durante um mês de forma ininterrupta uma população de pouco mais de 1 milhão de habitantes ou duas regiões das mais populosas da cidade de São Paulo: a do Campo Limpo e Capela do Socorro.

Para tanto, é necessário a limpeza desses piscinões, ação que se apresenta como um grande desafio. Para a equipe técnica do Consórcio PCJ, vale a pena investir ainda na desinfecção dos piscinões para um futuro aproveitamento das águas armazenadas, quer seja para o abastecimento de uma parcela do bairro onde estão localizados, quer seja para contribuir com os reservatórios de abastecimento da RMSP.


Fonte: Assesssoria Consórcio PCJ

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