Pesquisador da USP defende educação para combater dengue
É preciso combater os criadouros, que estão nos vasos de plantas, em vasilhas descobertas, na tampinha de garrafa e em tantos outros lugares onde a água limpa é acumulada.
14/12/2015 00:00
Com um grande público presente no auditório do Núcleo Administrativo Municipal de Rio Claro (NAM), o professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Dr. Paulo Roberto Urbinatti, ministrou palestra na tarde desta sexta-feira (11) sobre pesquisas com o mosquito Aedes aegipty.
O professor Urbinatti fez uma apresentação biológica sobre o mosquito e sua absoluta adaptação ao meio urbano que, em virtude do crescimento populacional e estrutural, acabou por provocar grandes impactos no habitat silvestre do inseto.
Preocupado com a evolução do mosquito, o pesquisador defendeu a educação da população como a ferramenta “mais importante” para o controle do perigoso vetor.
“É preciso combater os criadouros, que estão nos vasos de plantas, em vasilhas descobertas, na tampinha de garrafa e em tantos outros lugares onde a água limpa é acumulada”, destacou o palestrante, informando, ainda, que a chuva e o calor continuam sendo os parceiros adequados à proliferação do mosquito.
Para a platéia formada praticamente por agentes de saúde, Urbinatti elencou algumas razões avaliadas para a ampliação da dengue e seus agravos nas cidades. São elas: falhas no gerenciamento de resíduos sólidos (descarte incorreto de lixo), problemas no abastecimento de água gerando o armazenamento de forma inadequada, cultivo de plantas ornamentais sem o devido cuidado (bromélias, pratinhos, etc), condições climáticas desenfreadas, densidade humana (facilidade de alimentação com sangue), deficiência no processo educativo (comportamento humano), potencial sinantrópico da espécie (permanência nos domicílios e arredores) e produção industrial de artefatos cada vez maior, ou seja, muito produto descartável.
“Somos responsáveis pelos potenciais criadouros e se não fizermos o trabalho de contê-los estamos sujeitos à proliferação. Hoje, 80% dos municípios brasileiros estão infestados”, observou.
Com relação ao mosquito transgênico utilizado para controle do Aedes aegypti, Dr. Paulo Roberto Urbinatti disse que é difícil saber quais os resultados dessa pesquisa, uma vez que ninguém sabe como a natureza irá responder a esse elemento em seu meio.
Participaram da palestra o secretário da Saúde Geraldo de Oliveira Barbosa, o secretário de Agricultura Carlos Alberto Delucca, que fez a indicação de Urbinatti para a coordenação do combate à dengue em Rio Claro; agentes de vários setores da saúde pública e representantes das cidades de Santa Gertrudes, Cordeirópolis, São Pedro, Itirapina e Corumbataí.

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